
O Dia Internacional da Mulher, celebrado anualmente em 8 de março, é uma data que carrega um forte simbolismo de luta, conquista e resistência. Sua origem remonta ao final do século XIX e início do século XX, período marcado por intensas mobilizações femininas em busca de melhores condições de trabalho, igualdade de direitos e participação na sociedade. Mais do que uma simples comemoração, essa data representa um marco na história das mulheres ao redor do mundo.
As origens da luta feminina
No final do século XIX, a Revolução Industrial trouxe grandes mudanças no mundo do trabalho. Mulheres passaram a integrar as fábricas, mas em condições extremamente precárias: jornadas exaustivas, salários muito inferiores aos dos homens e ambientes insalubres eram realidade para muitas trabalhadoras. Esses fatores motivaram o surgimento de movimentos operários femininos, especialmente na Europa e nos Estados Unidos.
Um dos eventos mais marcantes dessa luta ocorreu em 8 de março de 1857, quando operárias têxteis de Nova York entraram em greve para reivindicar melhores condições de trabalho. A repressão foi violenta e dezenas de trabalhadoras morreram em um incêndio dentro da fábrica onde estavam confinadas. Embora algumas fontes questionem a veracidade desse episódio, ele se tornou um símbolo da luta feminina.
Outro marco importante aconteceu em 1908, quando 15 mil mulheres marcharam pelas ruas de Nova York exigindo melhores salários, redução da jornada de trabalho e direito ao voto. No ano seguinte, a socialista alemã Clara Zetkin propôs, durante a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, a criação de um dia específico para celebrar a luta das mulheres. Em 1911, a ideia se concretizou e a data foi comemorada pela primeira vez na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.
O reconhecimento oficial e sua relevância atual
Ao longo do século XX, o Dia Internacional da Mulher ganhou força, sendo adotado por diversos movimentos feministas ao redor do mundo. Em 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou a data e a incluiu em seu calendário de celebrações globais, destacando a necessidade de avanços na igualdade de gênero.
Apesar das conquistas, como o direito ao voto, acesso à educação e participação no mercado de trabalho, as mulheres ainda enfrentam desafios significativos, como a desigualdade salarial, a violência de gênero e a falta de representatividade em espaços de poder. Por isso, o Dia Internacional da Mulher continua sendo fundamental para lembrar as batalhas travadas e as mudanças que ainda precisam acontecer.
Hoje, a data é comemorada com marchas, eventos e reflexões sobre o papel das mulheres na sociedade. Mais do que flores e homenagens, é um momento para reforçar a importância da equidade de gênero e fortalecer a luta por um mundo mais justo e igualitário para todas.
Mensagem de Márcio Michelasi
Nosso Presidente deixa a seguinte mensagem:
“Feliz ‘todo dia’ em que a força da mulher é lembrada e celebrada!
A priori, que este dia não sirva apenas de marketing para a alegada “boa consciência” ou para vendas de produtos. Explico!
Os amantes de história sabem que este dia tem conexão com revoluções trabalhistas e com o infame assassinato em massa de mulheres, que foram queimadas porque pediam mais direitos. Aliás, esse é apenas um dos fatos isolados que sabemos.
As mulheres vêm sobrevivendo desde “as histórias” da criação como seres humanos secundários, ao lado de ou atrás de outros. Não lhes é permitido serem superiores; cortam-lhes as cabeças.
Mulheres são caladas e mortas diariamente; somos um dos países que mais matam mulheres pelo simples fato de serem mulheres.
Que neste dia reflitamos que todos nós podemos quebrar a lógica da mulher como propriedade para reprodução, como pensamento oculto da antiga “coisa de direito” que, pouco tempo atrás em nossa história, não tinha direito a voto! Mulher sempre foi e ainda é calada. Afinal, para que dar voz a coisas, não é? São chatas, fúteis, histéricas, assim branda a dita força masculina misógina.
Eu dou muita risada sobre o que seja força masculina. Primeiro, porque sem o ventre delas e sua nutrição não seria possível a humanidade. E isso não é uma questão meramente biológica.
Essa força, mesmo sendo pisada, repisada, subjugada, resiste aos milênios e viverá eternamente.
Talvez seja essa força inexorável “que nenhum homem tem” que faz com que, conscientemente ou inconscientemente, o lado masculino queira subjugar, tipo um recalque psicanalítico que negamos realidades que mostram nossos defeitos ou inferioridades.
Que hoje, sim, seja celebrado o dia em que alguém ou grupo teve a intenção de criar um dia de reflexão positiva sobre tudo o que foi feito de mal no passado e, diga-se, e que ainda é feito na atualidade. Que olhemos todos esses atos como uma grande afronta ao poder da criação.
Por isso, digo: obrigado a todas as mulheres que têm a missão de vir ao mundo e permitir que a humanidade se aprimore, evolua, quebre correntes e padrões aprisionadores de pensamentos. A vocês, posso apenas me curvar ao dom mágico que Deus lhes deu de suportar o escárnio, o descaso, as barreiras e, mesmo assim, vocês se transformarem a cada dia, florescendo como lótus que nasce da lama, tornando-se flores de todo tipo de beleza, uma beleza plural.
Mulheres, que floresçam os pensamentos, quebrem os grilhões da propriedade sobre os corpos. Que haja sororidade e, por favor, não caiam nunca na farsa e conto de mulheres que difamam mulheres. Mostrem ao mundo sua força! Que Deus, neste dia, receba nossas orações, abençoe e livre todas as mulheres vítimas de violência generalizada espalhadas pelo mundo!
Grande 8 de março, dia da conscientização da força da mulher.
Gratidão às mães, irmãs, colegas, parceiras e amigas da grande jornada!”
Márcio Michelasi
Um mero educador e que está Diretor Presidente do Pró-Beleza Brasil e Pró-Beleza International.